Oi, pessoal! Vamos bater um papo sobre o futuro planetário,um tema super interessante que rolou no SXSW 2025. A futurista Amy Webb trouxe uma ideia que dá um nó na cabeça, mas faz todo sentido: o design do futuro precisa ser pensado de forma planetária, não só focado no indivíduo.
Pensa comigo: estamos enfrentando desafios gigantescos, como as mudanças climáticas e crises sociais que afetam todo o mundo. Se continuarmos criando soluções olhando apenas para as necessidades individuais, vamos deixar passar a chance de resolver problemas que impactam a todos nós. Amy sugere que é hora de ampliar nossa visão e considerar o impacto global das nossas criações.
Ela apresentou o conceito de “Inteligência Viva“, que é a união da inteligência artificial com a biotecnologia. Essa combinação está gerando sistemas que aprendem e evoluem como seres vivos.
Antes, vamos aos conceitos menores que compõem a Inteligência VIVA.
Bioctecnolgia: é o uso de organismos vivos, como bactérias, fungos ou plantas, para criar ou melhorar produtos e processos que facilitam nossa vida. Por exemplo, a fermentação para produzir pão e cerveja é uma aplicação antiga da biotecnologia, onde microrganismos transformam ingredientes simples em alimentos saborosos.
Outro exemplo simples de biotecnologia presente no nosso dia a dia é a produção de iogurte. Nesse processo, utilizam-se bactérias benéficas para fermentar o leite, transformando-o em iogurte. Essas bactérias convertem os açúcares do leite em ácido lático, o que dá ao iogurte sua textura e sabor característicos. Esse método de fermentação é uma aplicação prática da biotecnologia, aproveitando microrganismos para criar alimentos que consumimos regularmente.
Egossistema: as decisões giram em torno do “eu”, com líderes focados nos próprios interesses. Isso cria ambientes onde a competição fala mais alto que a colaboração, e cada um pensa só no seu umbigo. Por exemplo, em uma empresa onde os líderes tomam decisões visando apenas benefícios pessoais, como no ambiente corporativo, onde aquele líder que ama o presencial e faz todos da equipe voltarem 100%, sem pensar que o híbrido poderia ser uma opção que apoiasse mais a todos de sua equipe.
Ecossistema: aqui a colaboração e o propósito coletivo são prioridade. Todo mundo entende que, trabalhando junto, alcançamos objetivos maiores e melhores. É a famosa união que faz a força! Um exemplo corporativo disso é quando empresas formam parcerias estratégicas, como collabs, para oferecer produtos e serviços integrados, beneficiando os consumidores e fortalecendo o mercado.foto
foto ilustrativa: a esquerda temos o ecossistema e a direito o cérebro mecanicista do egosistema. Fonte: HBS Portugal.
Acontece que desde a revolução industrial no século XIX, quando a industrialização e o capitalismo incentivaram a busca pelo sucesso pessoal e pela acumulação de riqueza. Esse período marcou uma transição significativa, enfatizando a importância do indivíduo no contexto social e econômico.
Mais a frente, com o advento da internet, IA, engenharia genética, o ganho da massividade com o poder de escalar soluções individuais de forma coletiva, fazem com que cada dia as coisas tenham menos tempo de validade. O famoso conceito de mundo líquido, onde tudo passa de forma ultrarrápida, nos faz querer consumir mais, gastar mais, desperdiçar mais e tudo isso em prol de estar “atualizado”, de estar na “moda”. Estamos focados no TER e não no SER.
A foto acima representa como estamos deixando nosso mundo a cada dia.
A série conspiração consumista da Netflix, nos traz dados relevantes de como a indústria tornou tudo descartável.
“Talvez o maior perdedor no ciclo de consumismo, no entanto, seja o planeta. Escondidos nos preços baixos das ofertas relâmpago estão os custos para clima e o o meio ambiente, na forma de extração de matérias-primas, poluição e desperdício (quando os produtos são, eventualmente, descartados). Segundo algumas estimativas, a indústria varejista é responsável por um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa.” Joseph Barlett da Fast Company https://fastcompanybrasil.com/impacto/por-dentro-da-conspiracao-que-nos-incentiva-a-consumir-cada-vez-mais/
Dito isso, ao adotarmos uma mentalidade de ecossistema e reconhecermos a riqueza das interações naturais, abrimos portas para soluções mais sustentáveis e harmoniosas. Afinal, estamos todos conectados, e é nessa conexão que encontramos as melhores respostas para os desafios do mundo.
Quando Amy Webb fala sobre o futuro ser planetário e não individual, ela traz consigo as preocupações de que temos que ter um futuro mais coletivo e colaborativo.
parece óbvio e clichê mas quando percebemos que estamos caminhando para o oposto, para o lado onde o que importa é a CENTRALIDADE no humano, deixamos de perceber que o humano não é o mais importante em toda a cadeia. Deixamos de perceber que não podemos destruir tudo e todos em prol da comodidade ao humano.
Outro painel do SXSW sobre emissões de carbono e mundo verde, trouxeram um dado alarmante: “mesmo que o mundo pare de emitir CO2 hoje, o carbono já acumulado continuará aquecendo o planeta por séculos.
A startup Climeworks apresentou suas tecnologias de captura direta de ar, mas o consenso foi que nenhuma solução isolada será suficiente. Precisamos combinar:
✔ Reflorestamento
✔ Agricultura regenerativa
✔ Tecnologias inovadoras para remoção de CO2
A remoção de carbono deixará de ser um ‘plano B’ e passará a ser um dos maiores mercados emergentes da próxima década. “
fonte: report sxsw25 belong be.
Então falando do mundo planetário, sobre a Inteligência Viva, imagina só: produtos e serviços que se adaptam automaticamente às mudanças do ambiente e da sociedade? Isso mostra como é importante pensar no coletivo e no planeta ao desenvolver novas ideias.
A inteligência viva que irá permear nosso futuro, é um ecossistema de agentes, máquinas e entendidas biológicas. A IV (ou LI – living intelligence em inglês), vai moldar a saúde, a energia e todas as áreas conectadas ao nosso planeta.
Além disso, Amy falou sobre a revolução robótica que já está acontecendo. Máquinas avançadas estão assumindo papéis importantes em várias áreas. Isso nos faz refletir sobre como projetar interações entre humanos e máquinas de maneira ética e responsável, considerando o impacto em escala global.
Mas como juntar essa visão planetária com o design thinking?
Embora o Design Thinking seja frequentemente utilizado para resolver problemas individuais, seus princípios podem ser adaptados para beneficiar grupos e comunidades. Aqui estão algumas maneiras de direcioná-lo ao coletivo:
- Empatia com o coletivo: Envolver-se ativamente com os membros da comunidade para compreender suas necessidades, desafios e aspirações. Isso pode incluir entrevistas, observações e participação em atividades comunitárias.
- Definição de problemas coletivos: Analisar as informações coletadas para identificar questões que afetam a comunidade como um todo, priorizando aquelas que têm o maior impacto social.
- Ideação colaborativa: Reunir diversos membros da comunidade para sessões de brainstorming, garantindo que diferentes perspectivas sejam ouvidas e consideradas na geração de soluções.
- Prototipagem comunitária: Desenvolver representações tangíveis das ideias, como maquetes ou modelos, e apresentá-las à comunidade para feedback, promovendo um ciclo contínuo de aprimoramento.
- Implementação e avaliação coletiva: Colocar as soluções em prática com a participação ativa da comunidade, monitorando os resultados e ajustando conforme necessário para atender às necessidades emergentes.
Ao adotar essas práticas, o Design Thinking pode ser uma ferramenta poderosa para promover a inovação social e o desenvolvimento comunitário, assegurando que as soluções sejam relevantes, sustentáveis e verdadeiramente centradas no coletivo.
E se você quer já se preparar para esse futuro/presente da Inteligência Viva, nós aqui da Fábrica de Criatividade, te apoiamos com diversas metodologias, inclusive Design Thinking.
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