Em 2025, falar de saúde mental e bem‑estar no trabalho deixou de ser opção — é uma necessidade. A pandemia acelerou mudanças profundas nas relações de trabalho, e o estresse que já existia se somou a novas pressões: jornadas híbridas, hiperconexão, FOMO (fear of missing out) e a dificuldade de separar a vida pessoal da profissional. Nesse cenário, líderes, profissionais de RH e colaboradores perceberam que a qualidade da saúde mental impacta diretamente produtividade, criatividade e inovação. Não é à toa que organizações globais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que 15% dos adultos em idade ativa tinham algum transtorno mental em 2019 e em 2024 esse número subiu para ⅓ da população nacional..

Transtornos mentais são difíceis de perceber de fora e mais difícil ainda para quem sofre, conseguir explicar. Porém, a depressão e ansiedade causam a perda de 12 bilhões de dias de trabalho por ano, custando à economia global cerca de US$ 1 trilhão em produtividade (Fonte: Who).
Esses números assustam, mas também apontam uma oportunidade: empresas que cuidam de seus colaboradores podem reverter o jogo, ganhar engajamento e diferenciar‑se no mercado.
O momento que vivemos é também marcado pela ascensão de tecnologias como inteligência artificial generativa, automação e big data. Essas ferramentas têm potencial de aumentar a eficiência, mas também podem intensificar a sensação de urgência e vigilância constante. Os colaboradores se veem obrigados a atualizar habilidades rapidamente e lidar com volumes massivos de informação. Paralelamente, há um movimento crescente de busca por propósito e equilíbrio: profissionais, especialmente as novas gerações, querem trabalhar em empresas que respeitam seus limites, valorizam a criatividade e oferecem oportunidades de crescimento humano. Esse paradoxo — tecnologia acelerando processos e o ser humano clamando por desacelerar — exige novos modelos de gestão.
Eaí, como fazer para as empresas encararem esse mundo paradoxal da melhor forma possível?
Na Fábrica de Criatividade, costumamos dizer “chega de treinamento coxinha” para se referir a soluções engessadas e sem alma. O termo virou um lema para lembrar que aprendizado e bem‑estar precisam ser experienciados de forma lúdica e significativa. Neste artigo, usaremos esse espírito para inspirá‑lo a criar ações inovadoras para a saúde mental no trabalho. Ao longo das próximas seções, você encontrará dados e referências científicas, mas também sugestões criativas para transformar sua organização em um lugar onde as pessoas realmente queiram estar.
Este artigo é um guia completo pensado para quem quer transformar a saúde mental e o bem‑estar em vantagem competitiva. Vamos aprofundar a importância do tema, apresentar dados e desafios, mostrar o retorno sobre o investimento (ROI) de programas de bem‑estar e indicar um caminho prático para construir um ambiente UAU — expressão que a Fábrica de Criatividade usa para definir experiências que fogem do clichê e geram encantamento. Ao longo do texto, você encontrará informações confiáveis, exemplos de programas e dicas aplicáveis, além de um link para a nossa página de serviços de bem‑estar corporativo e saúde mental da Fábrica de Criatividade. Vamos juntos construir um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e criativo!
Por que a Saúde Mental no Trabalho é Importante?
Números que falam por si
A relevância da saúde mental nas organizações se evidencia em várias pesquisas recentes. Além das estimativas da OMS sobre transtornos mentais e perda de dias de trabalho Fonte: Who, o U.S. Surgeon General divulgou que 76% dos trabalhadores norte‑americanos relataram pelo menos um sintoma de saúde mental em 2021, e 84% afirmaram que condições de trabalho contribuíram para algum desafio mental Fonte: hhs. Além disso, 81% dos profissionais disseram que vão procurar empresas que apoiem saúde mental e bem‑estar. Ou seja, não se trata apenas de “cuidar das pessoas”, mas de acompanhar uma tendência de recrutamento e retenção. Em uma enquete global, colaboradores de empresas que incentivam a saúde mental revelaram ser duas vezes mais propensos a não apresentar burnout ou depressão, enquanto metade dos trabalhadores relatou níveis moderados a severos de burnout, depressão ou ansiedade.
Esses dados deixam claro que a saúde mental no trabalho é uma questão de sustentabilidade organizacional. Além da preocupação humanitária, há evidências de que a falta de ações concretas pode gerar alto turnover, custos com absenteísmo e queda de produtividade. No Brasil, embora ainda faltem dados específicos, sabemos que as taxas de ansiedade e depressão estão entre as mais altas do mundo, e a legislação já exige ações preventivas, como a NR 17, que trata de ergonomia e conforto no trabalho, e a Lei 13 717/2018, que aborda programas de saúde mental. Portanto, tanto do ponto de vista legal quanto econômico, investir em bem‑estar é urgente.
Saúde mental e criatividade
Existe uma relação direta entre saúde mental e capacidade criativa. Um ambiente que estimula a segurança psicológica — em que as pessoas se sentem à vontade para expressar ideias sem medo de retaliação — favorece a criatividade e a inovação. Pesquisas em neurociência demonstram que o estresse crônico afeta regiões do cérebro responsáveis por tomada de decisão e insight criativo. Em outras palavras, uma equipe esgotada tende a repetir padrões em vez de explorar novas soluções. Por outro lado, quando nos sentimos apoiados e respeitados, nosso cérebro libera neurotransmissores como dopamina e oxitocina, que aumentam a motivação e a conexão social. Empresas inovadoras, como Google e Microsoft, investem pesado em programas de saúde mental porque sabem que criatividade é seu principal ativo. Para negócios de qualquer porte, o recado é claro: cuidar da mente é cuidar da inovação.
Percepções e expectativas dos colaboradores
Pesquisas com trabalhadores indicam um interesse crescente em culturas que acolhem a saúde mental. Em um levantamento realizado pela Ipsos em parceria com a NAMI (National Alliance on Mental Illness) em 2025, 25% dos empregados disseram não saber se a empresa oferece benefícios de saúde mental, e somente 21% relataram ter recebido educação formal sobre o tema. Fonte: IPSOS. Ainda assim, três em cada quatro acreditam ser apropriado discutir saúde mental no trabalho, mas apenas 58% se sentem confortáveis em compartilhar sua própria experiência Fonte: IPSOS. Entre os gestores, 81% se consideram preparados para apoiar a saúde mental, mas só 67% disseram que sua empresa oferece recursos adequados[4]. A mesma pesquisa revelou que 91% dos colaboradores veem benefícios de saúde mental como fundamentais para uma cultura positiva, e 75% dos gerentes consideram as formações em bem‑estar úteis.
Outro estudo, resumido pelo portal SoCal Empowered, indica que 74% dos trabalhadores acham apropriado falar sobre saúde mental no trabalho, mas 70% dos profissionais em cargos superiores nunca receberam treinamento sobre o assunto Fonte: Socal Empowered. E mais: 92% consideram importante que a empresa ofereça cobertura de saúde mental, mas apenas 60% acreditam que essa cobertura realmente exista. Esses números refletem a falta de transparência de muitas empresas e mostram que ainda há um longo caminho para que a saúde mental seja verdadeiramente integrada à cultura organizacional.
Além disso, em países como o Brasil, fatores culturais também impactam a percepção da saúde mental. O machismo estrutural e a ideia de que “problemas emocionais são frescura” dificultam a busca por ajuda. Muitas pessoas só procuram apoio quando a situação se torna insustentável, e a falta de investimento das empresas em programas preventivos cria um ciclo vicioso. Romper esse estigma é um desafio, mas também uma oportunidade de mostrar que a companhia valoriza seus talentos.
Desafios de Saúde Mental nas Empresas
O stress e o burnout como inimigos invisíveis
Mesmo sendo tema recorrente, muitos líderes subestimam o impacto da sobrecarga e do burnout. O burnout foi reconhecido pela OMS como “síndrome ocupacional” em 2019 e tem sido um dos principais motivos de afastamento profissional. De acordo com a pesquisa da Mind Share Partners de 2025, cerca de 50% dos trabalhadores norte‑americanos relatam burnout, depressão ou ansiedade em níveis moderados ou severos. No Brasil, uma pesquisa feita pela FGV mostrou que o índice de estresse ocupacional aumentou durante a pandemia, e muitos profissionais continuam experienciando jornadas longas, pressão por resultados e incertezas econômicas. Essas condições geram ansiedade e deprimem a motivação.
Outro desafio é o FOMO (fear of missing out). Funcionários se sentem obrigados a estar sempre conectados para provar produtividade, o que leva a jornadas sem pausas e a uma cultura de imediatismo. A pressão é ainda maior em ambientes competitivos, nos quais comparações de performance são constantes. Isso gera ansiedade, insatisfação e sensação de inadequação. Para líderes e equipes, aprender a trabalhar em ritmo sustentável, respeitando limites pessoais, é um desafio enorme.
Assédio, discriminação e microagressões
Além do esgotamento, as empresas enfrentam problemas como assédio moral, discriminação e microagressões. Comentários depreciativos, exclusão de colaboradores por questões de gênero, raça ou orientação sexual, e atitudes que desrespeitam o espaço pessoal são exemplos de comportamentos que minam a saúde mental. Pesquisas indicam que membros de grupos minoritários sofrem mais com transtornos mentais devido ao estresse constante de enfrentar preconceitos. Em um relatório da Harvard Business Review, colaboradores que sofreram discriminação relataram níveis mais altos de ansiedade e maior intenção de deixar a empresa. Essas experiências mostram que políticas de diversidade e inclusão não podem ser superficiais; elas precisam ser acompanhadas de treinamento e punições para casos de abuso.
Com o avanço do home office e do modelo híbrido, surgiram novos desafios. No trabalho remoto, fronteiras entre casa e escritório se dissolvem, o que aumenta o risco de sobreposição de responsabilidades. Alguns colaboradores relatam receber mensagens fora do expediente, participando de videochamadas consecutivas e passando horas sentados sem intervalos. Essa carga de trabalho invisível provoca presenteísmo digital: a pessoa está online, mas mentalmente esgotada. Além disso, a ausência de interações presenciais pode gerar isolamento social, aumentando a sensação de solidão e depressão. Empresas precisam orientar líderes e equipes sobre limites saudáveis de uso de tecnologia e incentivar encontros presenciais ou virtuais que promovam conexões humanas.
Além da sobrecarga, o estigma associado aos transtornos mentais permanece forte. Muitos colaboradores têm receio de expor suas dificuldades por medo de represálias ou discriminação. Na pesquisa da Mind Share Partners, 46% dos trabalhadores afirmaram que se preocupariam em perder o emprego caso falassem de saúde mental no trabalho. Esse silêncio agrava a situação, pois impede que as empresas identifiquem problemas e ofereçam ajuda. A cultura de “não reclamar” e a visão de que quem sofre de ansiedade ou depressão é “fraco” ainda são comuns em algumas organizações. É essencial que a liderança e os colegas demonstrem acolhimento e não associem a saúde mental a falta de competência.
Falta de treinamento e recursos
Outra barreira importante é a escassez de programas e treinamentos estruturados. Ainda de acordo com o levantamento da Ipsos/NAMI, apenas 28% dos trabalhadores disseram que receberam treinamento sobre recursos de saúde mental Fonte: IPSOS. Em cargos de gestão, a situação é ainda mais preocupante, pois 70% dos executivos nunca participaram de formações específicas. Socal Empowered. Essas lacunas de preparação dificultam a identificação de sinais de sofrimento e a implementação de políticas eficazes.
Benefícios de Investir em Bem‑Estar e Retorno sobre o Investimento (ROI)
Produtividade, engajamento e lucratividade
Investir em saúde mental e bem‑estar não é apenas um gesto de humanidade; é uma estratégia de negócios. Diversos estudos mostram que trabalhadores engajados são mais produtivos. Segundo dados da empresa de consultoria Gallup compilados pelo portal Apollo Technical, funcionários altamente engajados proporcionam um aumento de 21% na lucratividade, 17% mais produtividade e 20% mais vendas Fonte: Apollo technical. Além disso, organizações com alto engajamento apresentam 41% menos absenteísmo e 87% de retenção maior Fonte: Apollo technical. Esses números evidenciam que um clima saudável e motivador influencia diretamente os resultados financeiros.
Economia com absenteísmo e presenteísmo
Um ambiente com alto índice de burnout gera absenteísmo (faltas) e presenteísmo (quando a pessoa está presente fisicamente, mas produz muito menos porque está esgotada). Segundo a OMS, as perdas ligadas à depressão e ansiedade são tão significativas que somam 12 bilhões de dias de trabalho desperdiçados por ano Fonte: Who. Ao prevenir e tratar esses transtornos, a empresa reduz custos médicos e de afastamentos, além de manter um time mais motivado. Programas de apoio à saúde mental podem incluir terapia, canais de escuta, práticas de meditação, ginástica laboral e aconselhamento financeiro, entre outros.
ROI de programas de saúde mental
Reputação e atração de talentos
Além de lucros e redução de custos, investir em bem‑estar melhora a reputação corporativa. Profissionais talentosos buscam empresas que se preocupam com a qualidade de vida dos funcionários. Em portais de avaliação de empresas, como Glassdoor, empresas com programas de saúde mental robustos recebem melhores notas e atraem candidatos qualificados. A construção dessa reputação também reduz custos de recrutamento e treinamento, pois colaboradores satisfeitos têm mais chances de indicar a empresa para amigos e conhecidos.
Inovação e criatividade
Ambientes saudáveis favorecem a inovação. O estado mental equilibrado permite maior exploração de novas ideias e relacionamentos saudáveis estimulam a colaboração. É importante lembrar que a criatividade, motor da inovação, exige ousadia para correr riscos e aprender com erros. Quando há medo de represálias ou exaustão, as pessoas evitam sugerir mudanças e preferem o status quo. Portanto, investir em bem‑estar não apenas melhora indicadores de RH, mas impacta diretamente a capacidade da organização de se reinventar no mercado.
Um estudo da OMS publicado no periódico The Lancet Psychiatry calculou que para cada US$ 1 investido em tratamento de depressão e ansiedade, o retorno é de US$ 4 em produtividade e saúde Fonte: Who. A análise concluiu que a ampliação global desses tratamentos exigiria cerca de US$ 147 bilhões, mas resultaria em um ganho de US$ 399 bilhões em produtividade e US$ 310 bilhões em melhorias de saúdeFonte: Who. Ou seja, programas de bem‑estar podem parecer onerosos, mas geram retorno significativo a médio e longo prazo.
10 Passos para Construir um Ambiente UAU
Fazer um diagnóstico, alinhar expectativas e implementar ações consistentes são passos essenciais para transformar a cultura da empresa. A seguir, elencamos sete etapas para ajudar na construção de um ambiente UAU, que valoriza saúde mental e bem‑estar, promove engajamento e melhora a produtividade.
1. Diagnóstico e escuta empática
O primeiro passo é ouvir os colaboradores. Questionários anônimos sobre clima organizacional, conversas individuais e grupos focais são ferramentas para entender quais são os principais gatilhos de estresse e o que as pessoas esperam da empresa. Muitas vezes, mudanças simples na jornada, na comunicação ou no espaço físico podem trazer grande alívio. A transparência é fundamental: informe como os dados serão usados e quais medidas estão planejadas. Ao sentir que a empresa realmente se importa, os colaboradores se tornam aliados no processo de melhoria.
2. Liderança consciente e treinada
Gestores são as principais referências dos funcionários. Se a liderança não demonstra interesse pelo bem‑estar ou não sabe lidar com questões de saúde mental, as iniciativas perdem força. Por isso, é essencial investir em treinamento de líderes. O relatório da Ipsos/NAMI mostra que 81% dos líderes acreditam estar preparados para apoiar a saúde mental, mas apenas 67% sentem que suas empresas oferecem recursos suficientes[4]. Essa discrepância indica que os líderes precisam de mais apoio e ferramentas para agir. Programas de treinamento devem abordar escuta ativa, acolhimento, técnicas de feedback, gestão humanizada e encaminhamento para profissionais especializados. O objetivo é que gestores se tornem aliados na identificação precoce de problemas e no encaminhamento para suporte adequado.
3. Políticas de flexibilidade e equilíbrio
Mais de 80% dos trabalhadores apontaram equilíbrio entre vida pessoal e profissional como fator determinante para o bem‑estar. Assim, implementar políticas de horário flexível, home office, dias de autocuidado, banco de horas e licenças familiares contribui para reduzir o estresse e aumentar a retenção. A empresa pode oferecer períodos de desconexão, como “dia sem reunião” ou “sem e‑mails após determinado horário”. Além disso, incentivar pausas regulares durante o expediente e promover a cultura de férias sem interrupções são medidas simples, mas eficazes.
4. Cultura de cuidado e engajamento
A cultura organizacional é a base de qualquer iniciativa de bem‑estar. Valores como colaboração, empatia e inclusão precisam ser reforçados em todos os níveis hierárquicos. A pesquisa da Mind Share Partners revelou que 78% dos trabalhadores acreditam que o ambiente de trabalho melhora quando existe justiça e inclusão. Para alcançar esse cenário, políticas de diversidade e inclusão devem ser aplicadas de forma concreta, contemplando minorias e combatendo preconceitos. A empresa também pode criar comitês de saúde mental e grupos de apoio (em inglês, Employee Resource Groups), onde colaboradores compartilham experiências e propõem soluções. Esse tipo de ação aumenta o senso de pertencimento.
5. Tecnologia a favor do bem‑estar
Ferramentas tecnológicas podem ajudar a diminuir tarefas repetitivas, facilitar o acesso a recursos e medir indicadores de bem‑estar. Plataformas de RH com chatbots de suporte emocional, aplicativos de meditação, plataformas de teleterapia e sistemas de gestão de desempenho ajudam a criar um ambiente mais leve e produtivo. Entretanto, é importante garantir que a tecnologia sirva de apoio, e não de fonte de ansiedade. Automatizar processos de rotina libera tempo para atividades que exigem criatividade e empatia. Além disso, dados agregados podem orientar decisões sobre políticas de saúde mental e ajudar a monitorar resultados.
6. Propósito e significado do trabalho
Uma das grandes fontes de satisfação profissional é a sensação de que o trabalho tem propósito. Colaboradores que percebem sentido no que fazem são mais engajados e resilientes. Para promover esse sentimento, a empresa pode compartilhar com frequência sua missão e visão, mostrar o impacto positivo das atividades da equipe para clientes e comunidades e alinhar objetivos pessoais com os da organização. Programas de voluntariado e apoio a causas sociais também aumentam o senso de propósito e a percepção de pertencimento.
7. Comunicação aberta e suporte contínuo
Manter canais de comunicação abertos e transparentes é crucial. Isso inclui reuniões regulares sobre saúde mental, compartilhamento de histórias pessoais (de forma voluntária), divulgação de números de telefone e e‑mails de apoio, e comunicação clara sobre benefícios de saúde mental. A pesquisa Ipsos/NAMI mostrou que 57% dos trabalhadores se sentiram mais à vontade para falar sobre o assunto após treinamentos específicos[5]. Portanto, oferecer workshops, palestras e grupos de escuta não só educa, mas também normaliza o tema. É fundamental mostrar que a empresa está comprometida com a melhoria contínua e disposta a ouvir sugestões.
8. Saúde Mental no Contexto Brasileiro e Legislação
Para quem atua no Brasil, é fundamental conhecer as normas legais e iniciativas nacionais relacionadas à saúde mental. A NR 17 determina parâmetros mínimos de ergonomia nos postos de trabalho para prevenir doenças ocupacionais. Já a Lei 13 717/2018 prevê a implementação de programas de atenção à saúde mental para profissionais de segurança pública, servindo como exemplo de políticas setoriais. A Portaria 3 314/2018 instituiu o Programa Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, exigindo que empresas de saúde comuniquem casos de autoagressão. Além disso, as CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes) são responsáveis por monitorar riscos psicossociais. Embora as leis sejam importantes, elas geralmente são reativas; cabe às organizações ir além, promovendo ações preventivas e educacionais. Ao alinhar programas de bem‑estar às exigências legais, a empresa reduz riscos jurídicos e reforça a cultura de responsabilidade.
9. O Papel do RH e da Liderança na Sustentabilidade
O departamento de Recursos Humanos é responsável por integrar a saúde mental à estratégia corporativa. Cabe ao RH planejar programas, selecionar fornecedores confiáveis, treinar líderes e acompanhar indicadores. Entretanto, o sucesso depende da liderança em todos os níveis: diretores, gerentes e supervisores precisam abraçar a causa e servir de exemplo. A liderança deve praticar a escuta ativa, valorizar a vulnerabilidade (falar sobre suas próprias inseguranças pode inspirar o time) e garantir que as metas de saúde mental estejam alinhadas às metas de negócios. Além disso, a criação de políticas claras de inclusão e antiassédio e de canais seguros de denúncia fortalece a confiança dos colaboradores. O RH deve ser guardião do processo, garantindo que ações de bem‑estar não se limitem a discursos vazios.
10. Integre criatividade e inovação ao bem‑estar
Como especialista em desenvolvimento humano, a Fábrica de Criatividade defende que criatividade e bem‑estar andam de mãos dadas. Em nossos projetos, utilizamos metodologias de design thinking, gamificação e storytelling para explorar o tema de forma envolvente. Um exemplo é a utilização de jogos cooperativos para ensinar técnicas de mindfulness, nos quais os participantes aprendem a observar pensamentos sem julgá‑los enquanto realizam tarefas em grupo. Outro recurso é o uso de dinâmicas de improvisação teatral para desenvolver empatia e comunicação assertiva. Em contextos corporativos, a gamificação (transformar atividades em dinâmicas lúdicas com metas e recompensas) aumenta a motivação e favorece a aprendizagem. Ao integrar criatividade, as ações de saúde mental deixam de ser meramente informativas e se tornam experiências marcantes — o que acelera a internalização do conteúdo.
Programas UAU da Fábrica de Criatividade: Exemplos Inspiradores
A Fábrica de Criatividade desenvolveu programas exclusivos que combinam criatividade, inovação e ciência do comportamento para promover bem‑estar e resultados. A seguir, apresentamos alguns programas que podem servir de inspiração para sua organização:
Felicidade dá Lucro®
Este programa parte do princípio de que colaboradores felizes trazem melhores resultados. Durante o treinamento, são apresentadas pesquisas que relacionam felicidade e produtividade, baseadas em estudos de grandes consultorias e universidades. O programa inclui dinâmicas práticas, jogos colaborativos e reflexões sobre propósito individual. As atividades são ajustadas para cada realidade organizacional, considerando cultura, tamanho da equipe e desafios específicos.
Jogo das afinidades com presentes
Um team building que de fato gera união da equipe! Um jogo criado por nós para presentear o próximo e encontrar afinidades curiosas entre as pessoas.
Confere o video pra entender mais:
Eupoderamento®
Destinado a equipes e líderes que buscam aumentar autoestima, autoconfiança e inteligência emocional, o Eupoderamento utiliza técnicas de coaching coletivo, meditação e psicologia positiva. O programa procura desmistificar o tema da saúde mental, mostrando que a autogestão emocional é uma habilidade a ser treinada. Ao final, os participantes criam planos de ação para manter hábitos saudáveis no dia a dia.
Cultura do Cuidado e XP Day
Mais do que um treinamento pontual, o Cultura do Cuidado é um projeto de médio a longo prazo que ajuda a empresa a construir políticas contínuas de bem‑estar. Ele aborda temas como saúde financeira, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e relacionamentos saudáveis. O programa envolve workshops, consultoria estratégica para RH, criação de comitês de saúde mental e acompanhamento de indicadores. A Fábrica de Criatividade ajuda a empresa a revisar processos de contratação, inclusão e desligamento, e a incorporar práticas de acolhimento em todos os níveis.
Impacto da IA na Inteligência Emocional
Com o avanço da inteligência artificial, é essencial discutir como utilizar a tecnologia sem perder a humanidade. Este programa aborda a relação entre IA e inteligência emocional, mostrando como algoritmos podem auxiliar em tarefas, mas como decisões importantes continuam exigindo empatia e pensamento crítico. As atividades incluem debates sobre uso ético da IA, exercícios de escuta ativa e simulações de atendimento ao cliente com apoio de chatbots. O objetivo é que as equipes desenvolvam habilidades socioemocionais para trabalhar em parceria com tecnologias emergentes.
Saúde Mental – Copo Meio Cheio & NR 1
Este é um programa que aborda saúde mental de forma prática, alinhando‑se às normas regulamentadoras brasileiras, especialmente a NR 17 (Ergonomia) e as diretrizes de saúde ocupacional. A abordagem lúdica permite discutir temas como ansiedade, depressão, estresse e transtornos do sono. O programa inclui palestras, oficinas de mindfulness, e discussões sobre ergonomia e ambiente físico. A missão é incentivar o olhar positivo (copo meio cheio) e fornecer ferramentas para lidar com momentos desafiadores.
Todos esses programas utilizam a metodologia do Edutainment (educar por meio do entretenimento) e o Trinômio de teoria + cases atuais + experimentação.
“Chega de Treinamento Coxinha”, em que a experiência é imersiva, divertida e ainda assim fundamentada em dados científicos. A ideia é que cada encontro seja memorável e gere transformação real, ajudando as empresas a construir um ambiente UAU.
“quer transformar a saúde mental e o bem-estar da sua equipe em resultados reais? clique aqui e descubra como nossos programas uau podem fazer a diferença na sua empresa!”
🔗 conheça nossos serviços de bem-estar corporativo e saúde mental
Medindo o Sucesso das Iniciativas de Bem‑Estar
Indicadores quantitativos
Para comprovar o ROI e ajustar estratégias, é preciso mensurar resultados. Alguns indicadores importantes incluem:
- Taxa de absenteísmo: redução do número de dias de afastamento devido a doenças físicas e mentais.
- Presenteísmo: produtividade percebida versus tempo de permanência no local de trabalho. Questionários anônimos podem medir o quanto as pessoas conseguem se concentrar.
- Turnover: diminuição das demissões voluntárias e involuntárias, indicando maior satisfação e engajamento.
- NPS (Net Promoter Score) interno: mede a probabilidade de os colaboradores recomendarem a empresa como um bom lugar para trabalhar.
- Indicadores clínicos: número de consultas psicológicas ou psiquiátricas, adesão a programas de terapia, incidência de diagnósticos de transtornos mentais.
| Nível de maturidade | Ações essenciais | Ações avançadas |
| Inicial | – Diagnóstico de clima e levantamentos sobre saúde mental – Inclusão de pauta sobre bem‑estar em reuniões de liderança – Abertura de canal de comunicação para queixas e sugestões | – Criação de comitê de saúde mental – Treinamento básico de líderes em empatia e comunicação não violenta |
| Intermediário | – Implantação de programas de apoio psicológico – Políticas de flexibilidade e incentivo à autoconsciência – Ações de diversidade e inclusão | – Programas de mentoria e grupos de afinidade – Metas de diversidade e bem‑estar no plano estratégico |
| Avançado | – Cultura de segurança psicológica estabelecida – Remuneração variável ligada ao clima organizacional – Revisão de processos e metas sob a ótica de saúde mental | – Certificação como empresa saudável (ex. Great Place to Work com foco em bem‑estar) – Influência externa: compartilhar boas práticas em eventos, publicar relatórios de bem‑estar |
Indicadores qualitativos
- Pesquisas de clima e engajamento: além de medir a satisfação, avaliam a percepção sobre apoio à saúde mental.
- Relatos de colaboradores: depoimentos e histórias de sucesso mostram mudanças na cultura organizacional.
- Observação de comportamentos: líderes e RH devem observar se os colaboradores fazem pausas, se saem no horário, se demonstram confiança ao abordar dificuldades.
Avaliação de programas
Avaliar as iniciativas de saúde mental e bem‑estar deve fazer parte do planejamento estratégico. Defina metas claras (por exemplo, reduzir o absenteísmo em 15% em um ano) e faça check‑ins periódicos com a equipe. Ao final de cada programa, aplique questionários e colete feedbacks para melhorar edições futuras. Lembre‑se de que a saúde mental não é estática; é preciso ajustar planos e ações conforme novas necessidades surgem.
Considerações Finais: Transforme sua Empresa em um Ambiente UAU
Chegamos ao fim deste artigo pilar, mas a jornada de transformação está apenas começando. Investir em saúde mental e bem‑estar no trabalho é uma decisão estratégica para organizações que querem prosperar em um cenário cada vez mais complexo. Como vimos, a ausência de ações adequadas gera custos elevados — estimados em US$ 1 trilhão em produtividade perdida[1] — e impacta diretamente o desempenho, a retenção e a reputação da empresa. Por outro lado, ao adotar políticas de acolhimento, inclusão, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e treinamentos personalizados, sua organização pode obter retornos significativos, multiplicando o investimento em até quatro vezes[10].
Para concluir, lembre‑se de que a construção de um Ambiente UAU começa com empatia e comprometimento. Realize diagnósticos, escute seus colaboradores, treine a liderança e implemente políticas flexíveis. Invista em programas estruturados, como os oferecidos pela Fábrica de Criatividade, que aliam ciência, criatividade e diversão. E lembre‑se de medir resultados, ajustando rotas quando necessário. Assim, sua empresa não só cumprirá exigências legais, mas também se tornará referência em bem‑estar no ambiente corporativo.
Se deseja dar o próximo passo, conheça nossa página de bem‑estar corporativo e saúde mental. Lá você encontrará soluções personalizadas, depoimentos de clientes e casos de sucesso. Juntos, podemos construir um futuro no qual o trabalho seja sinônimo de realização, equilíbrio e alegria!
faq (perguntas e respostas exclusivas)
por que saúde mental é um diferencial competitivo nas empresas?
porque colaboradores saudáveis produzem mais e inovam mais. estudos mostram que empresas com programas de bem-estar reduzem turnover e aumentam lucros em até 21%.
qual a relação entre saúde mental e produtividade?
a oms estima que depressão e ansiedade causam a perda de 12 bilhões de dias de trabalho por ano, custando 1 trilhão de dólares globalmente. investir em bem-estar recupera parte desse valor.
programas de saúde mental funcionam mesmo em grandes empresas?
sim! grandes corporações relatam retornos de até 4 dólares para cada 1 investido em programas de saúde mental, além de ganhos de engajamento e retenção.
como adaptar treinamentos de bem-estar para o b2b?
no modelo b2b, os programas são customizados para cultura, metas e dores de cada empresa. a fábrica de criatividade faz isso com humor, inovação e metodologias imersivas.
saúde mental é só “palestra motivacional”?
não. o novo bem-estar corporativo envolve treinamentos práticos, cultura do cuidado, integração com tecnologia e acompanhamento contínuo — muito além do “coxinha”.
[1] Mental health at work
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/mental-health-at-work
[2] Workplace Mental Health & Well-Being | HHS.gov
https://www.hhs.gov/surgeongeneral/reports-and-publications/workplace-well-being/index.html
[3] [4] [5] Employees want more workplace mental health resources | Ipsos
https://www.ipsos.com/en-us/employees-want-more-workplace-mental-health-resources
[6] [7] 2024 NAMI Workplace Mental Health Poll | SoCal Empowered
https://socalempowered.com/nami-workplace-mental-health-2024/
[8] [9] 32 Employee Engagement Statistics That Matter The Most (2025 )
https://www.apollotechnical.com/employee-engagement-statistics
[10] [11] Investing in treatment for depression and anxiety leads to fourfold return