Skip to main content

A Essência da Criatividade com Dani de Maria e Murilo Gun

Na última parte da nossa jornada de descobertas do RD Summit 2023 parte 3, Murilo Gun se apresentou com um tema que toca o cerne de todo criador: “Tudo o que tu faz contém tu”. Uma frase que, de tão simples, carrega o peso da autenticidade em cada ação que realizamos.

Qual o estado interno de quem faz tudo que tu faz?

Gun iniciou sua palestra com uma pergunta que nos convida a refletir: o que realmente estamos colocando de nós em nossas ações? É um convite a olhar para dentro antes de expressar para fora.

Tecnologias Sutis 

1. Auto Observação

Murilo Gun nos instiga a prática da auto observação, colocando-a como um dos pilares para a compreensão do self. Ao nos vermos como entidades separadas dos nossos pensamentos, temos a capacidade de analisá-los criticamente, sem nos identificarmos automaticamente com eles. Essa prática não apenas nos ajuda a entender melhor nossas próprias mentes, mas também a agir com maior propósito e consciência, escolhendo pensamentos que nos servem melhor e descartando aqueles que não contribuem para o nosso crescimento.

2. Respiração

A respiração é descrita por Dani de Maria como a base da meditação, uma ferramenta poderosa para ancorar o presente e acalmar a mente. Em um mundo onde estamos constantemente bombardeados por estímulos e pressionados pelo tempo, a respiração consciente se torna um refúgio de paz, um ato de resistência contra o caos. Ao respirarmos profundamente, ativamos o sistema nervoso parassimpático, que induz um estado de relaxamento e pode melhorar nossa capacidade de resposta ao estresse.

3. Aceitação

Através de uma experiência pessoal, Dani de Maria nos ensina sobre aceitação. Ele nos mostra que, diante dos infortúnios, resistir à realidade pode apenas aumentar nosso sofrimento. A aceitação não é sobre conformismo, mas sobre reconhecer que algumas coisas estão fora do nosso controle e que a paz vem ao liberarmos a resistência interna ao que é. Essa prática nos permite economizar energia emocional e direcioná-la para ações mais construtivas.

4. Intuição

Finalmente, a intuição é elevada por Gun como a essência da criatividade genuína. Diferentemente das habilidades que podem ser codificadas e replicadas pela inteligência artificial, a intuição é profundamente humana, um elo entre o conhecimento adquirido e o inexplorado, o conhecido e o misterioso. Dani de Maria sugere que a intuição é uma força que emerge quando nos permitimos confiar no nosso ‘sentir’, permitindo que as ideias fluam de espaços que a lógica não alcança.

Onde estamos? Onde deveríamos estar?

Ao aprofundarmos nossa compreensão sobre os quatro perfis delineados acima, percebemos como cada um pode influenciar nosso desenvolvimento e criatividade:

  • Colapso: Frequentemente associado a um impacto negativo, o colapso pode, paradoxalmente, ser também um precursor da transformação. Assim como uma fênix que renasce de suas cinzas, momentos de colapso podem abrir caminho para novos começos e perspectivas inovadoras.
  • Caos: Aqui, a palavra ‘caos’ se distancia da conotação de desordem completa e se aproxima do conceito de um caldeirão fervilhante de ideias e inspirações. É nesse estado de caos criativo que a magia acontece, onde a mente se liberta das amarras e a imaginação corre solta, permitindo a emergência de soluções e conceitos originais.
  • Ordem: Essencial para dar sentido ao turbilhão criativo do caos, a ordem é o elemento que nos permite identificar um ponto de partida claro e definir com precisão para onde queremos ir. Ela é a estrutura que suporta a inovação, canalizando o potencial criativo em direções frutíferas.
  • Controle: Representa o aspecto mais rígido e menos flexível de nossa personalidade. Embora necessário para manter certos padrões e consistência, um excesso de controle pode estagnar o progresso e inibir a evolução, mantendo-nos presos a práticas ultrapassadas.

É comum encontrarmos nosso status quo oscilando entre ordem e controle, áreas de segurança e previsibilidade. Contudo, o verdadeiro “Flow” (fluxo), aquele estado de engajamento total onde somos absorvidos por uma atividade a ponto de perder a noção de tempo e espaço, ocorre no limiar entre o caos e a ordem. No caos, exploramos o ilimitado e no ordenado, cristalizamos o valor. Encontrar o equilíbrio entre esses dois estados pode ser a chave para desbloquear o nosso potencial máximo e navegar pelas águas da criatividade e inovação.

Cada uma dessas tecnologias sutis, apresentadas por Gun e Dani, nos oferece uma oportunidade de aprofundar nosso autoconhecimento, regular nossas emoções, aceitar nossa realidade e canalizar nossa criatividade. Juntas, elas formam um quadro poderoso para o desenvolvimento pessoal e profissional, capacitando-nos a viver e criar com maior autenticidade e presença.