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no dia do cliente, celebrado em 15 de setembro, nos convida a refletir sobre a evolução do comportamento dos consumidores e a influência do fenômeno do digital switching nessa dinâmica. 

não podemos nos esquecer de que é uma data que nos faz lembrar de uma antiga frase: “o cliente é quem manda, tem sempre razão”. bom, pelo menos fazia sentido no passado, as coisas mudaram. mas não é o caso em discussão aqui.

com o avanço da tecnologia, o digital switching se popularizou. em vista disso, será que o poder de escolha do consumidor está realmente em suas mãos? 

o fato é que a tecnologia define esse ritmo, o que torna relevante entender como todo esse processo impacta as pessoas e as empresas que desejam se conectar de forma significativa com seus clientes.

o fenômeno do digital switching

imagine-se em um “buffet” de conteúdos digitais com vídeos curtos, e você vai de um conteúdo para outro como se estivesse em um parque de diversões digital. parece divertido, mas, na verdade, esse hábito chamado digital switching pode ser desastroso.

se você recorrer a sites de busca para obter informações sobre o tema deste artigo, verá que, embora o digital switching pareça uma solução rápida para o tédio, ele pode intensificá-lo devido à falta de foco em um único conteúdo, aumentando a sensação de monotonia. a mente não consegue se envolver profundamente e a atenção cai em queda livre, diminuindo o engajamento e levando a uma grande insatisfação, conforme aponta um estudo divulgado pela associação americana de psicologia.

em 2002, a média de atenção era de 150 segundos, mas em 2024, esse número caiu para apenas 47 segundos, e no caso da geração z, nascidos entre 1997 e 2012,  o tempo de atenção é de meros 8 segundos, de acordo com o portal the news.

essa diminuição drástica na capacidade de concentração não é apenas um dado curioso, pode levar a um ciclo vicioso. na real, é um alerta vermelho! 

impactos do digital switching na saúde mental

o tédio, quando não gerenciado, leva à dificuldade de se concentrar por períodos prolongados, criando uma espiral negativa de desengajamento que pode resultar em problemas como ansiedade e depressão.

enquanto a atenção humana é fragmentada, as plataformas digitais travam uma batalha para tentar acabar com essa cadeia de retroalimentação negativa. tiktok, youtube e x, por exemplo, contribuem para uma “cultura tóxica de informação”, e precisam reverter esse cenário. investir em conteúdos mais longos pode influenciar e transformar o comportamento e as expectativas dos consumidores, despertando sua atenção para além dos poucos segundos.

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além da saúde mental, o digital switching pode impactar a produtividade, a capacidade de aprendizado e as relações sociais. 

a consciência do consumidor moderno

nos últimos anos, os consumidores tornaram-se mais conscientes e exigentes, buscando produtos de qualidade e que se alinhem com seus valores pessoais e sociais. 

essa mudança é impulsionada pela facilidade de acesso à informação e pela capacidade de comparar e avaliar produtos e serviços em tempo real, conhecer a reputação da marca. 

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as empresas precisam se adaptar a esse novo perfil de consumidor,  a esse empoderamento que valoriza a transparência, a sustentabilidade e a responsabilidade social. 

o que isso quer dizer? simples: quem ainda não revisou suas práticas e estratégias, está perdendo a chance de se posicionar de forma autêntica e ética, está perdendo terreno!

o poder do consumidor

apesar do digital switching, o poder do consumidor nunca foi tão forte. com o poder de escolha em suas mãos, num simples deslizar de dedo, ele pode decidir o que assistir, onde comprar e como se entreter.  

contudo, é fundamental que cada indivíduo esteja consciente de como gasta seu tempo online e que faça escolhas que realmente sejam satisfatórias.

fica aqui o meu alerta: na próxima vez que você se pegar rolando sem rumo pelo feed, lembre-se de redescobrir o prazer de parar e “degustar” um conteúdo mais profundo, longo e envolvente. permita-se!

considerar essa mudança é uma boa estratégia para combater o tédio digital, e experimentar uma jornada mais rica e gratificante, muito além daqueles meros 8 segundos de atenção. 

Você tem (apenas) 8 Segundos para Conquistar a Atenção do Cliente!

estudos, como o publicado nos sites new york post e the washington post, indicam que a melhor escolha – saudável – é resistir e assistir a um vídeo de cada vez, na íntegra.

a equipe de tam realizou sete experimentos envolvendo 1.200 participantes do estudo, incluindo estudantes da universidade de toronto e recrutas online.em um dos testes, os voluntários assistiram a um vídeo de 10 minutos no youtube sem poder avançar. depois, eles podiam alternar livremente entre sete vídeos de cinco minutos em 10 minutos. em outro teste, os participantes assistiram a um vídeo de 10 minutos de uma só vez. mais tarde, eles puderam avançar ou retroceder um vídeo de 50 minutos por 10 minutos.após ambos os experimentos, os participantes relataram ficar menos entediados quando assistiam a apenas um vídeo. eles acharam a experiência de visualização mais satisfatória, envolvente e significativa do que quando pulavam de um conteúdo para outro. […]há mais de  3,3 bilhões de espectadores de vídeo digital no mundo todo, segundo pesquisas. alguns profissionais de marketing recomendam que os vídeos tenham de um a dois minutos de duração para manter o público engajado o tempo todo.tam sugere que os usuários mantenham o foco no conteúdo em questão.há algumas limitações em seu estudo, publicado no journal of experimental psychology: general . a equipe não examinou o efeito de períodos curtos de atenção, e os participantes eram, em sua maioria, estudantes universitários canadenses. mais pesquisas são necessárias para ver se essas conclusões se aplicam a outros.fonte: https://nypost.com/2024/08/19/lifestyle/swiping-through-online-videos-makes-you-more-bored-study/  

estratégias para engajar o consumidor consciente

as empresas têm um papel importante na criação de conteúdos mais engajadores e na promoção de hábitos de consumo mais conscientes.

para engajar o consumidor consciente, as empresas precisam ir além de produtos e serviços de qualidade. é preciso construir relacionamentos autênticos e personalizados:

  • conteúdo relevante e autêntico: produza conteúdos que ressoem com os valores e interesses dos consumidores. a autenticidade é chave para estabelecer uma conexão duradoura.
  • experiências personalizadas: utilize dados para oferecer experiências personalizadas que atendam às necessidades específicas de cada cliente.
  • interação significativa: invista em canais de comunicação que permitam interações mais profundas e significativas, como webinars e podcasts.
  • educação e informação: eduque seus clientes sobre os benefícios de seus produtos e serviços, destacando como eles podem agregar valor aos seus interesses.

engajar o consumidor consciente é um processo contínuo. é preciso, portanto, manter-se atento às mudanças comportamentais desse consumidor e adaptar suas estratégias de acordo. não se esqueça disso!

conclusão

o dia do cliente, como comentei no início, é uma oportunidade para celebrar sobre o comportamento do consumidor e, adicionalmente. o seu poder de escolha, mas principalmente para que as empresas refletiam sobre como estão se utilizando desse poder, bem como sobre suas estratégias de engajamento, e procurem se adaptar às novas demandas. 

o digital switching, embora, por um lado, ofereça conveniência e entretenimento, por outro lado, pode ter consequências negativas para a saúde mental e bem-estar. ao compreender as causas e os impactos desse fenômeno, é possível tomar medidas para recuperar o controle da atenção e construir hábitos de consumo mais conscientes. empresas e consumidores têm um papel fundamental nessa transformação.

é preciso estar atento às armadilhas do digital switching e buscar um equilíbrio saudável entre um entretenimento rápido e um conteúdo de qualidade.

ao resistir à tentação da distração constante, pode-se redescobrir o prazer de se conectar com o mundo de forma mais profunda e significativa.

referências

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the news. pular de um vídeo para o outro não te tira do tédio… muito pelo contrário.. 22 ago. 2024. disponível em: https://thenews.waffle.com.br/tecnologia/pular-de-um-video-para-o-outro-nao-te-tira-do-tedio-muito-pelo-contrario?utm_source=the_news&utm_medium=newsletter&utm_campaign=22-08-2024.

monaghan, becca. tiktok and youtube short videos actually increase boredom, study shows. indy100. 20 ago. 2024.  disponível em: https://www.indy100.com/science-tech/tiktok-increases-boredom-study.

swartz, tracy. swiping through online videos when you’re bored has a surprising effect: study. the new york post. 18 ago. 2024. disponível em: https://nypost.com/2024/08/19/lifestyle/swiping-through-online-videos-makes-you-more-bored-study/.

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