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À medida que navegamos por esse panorama de rápida transformação que temos vivido, é fundamental compreender como os avanços da tecnologia moldam e desafiam a nossa compreensão do que significa ser humano. Nesse turbilhão, as habilidades e competências humanas assumem um papel cada vez mais relevante e complexo.

É uma fascinante interseção entre as capacidades inatas e adquiridas dos indivíduos em um mundo moldado por inovações tecnológicas e descobertas genéticas.

O DNA da excelência humana

O progresso tecnológico e as descobertas genéticas estão entrelaçados, influenciando diretamente nossas habilidades e competências. Essa dinâmica nos desafia diariamente a repensar nosso entendimento sobre o que é ser humano, destacando a importância de adaptar-se a um mundo em rápida transformação.

Através da evolução genética, desenvolvemos capacidades impressionantes, desde a linguagem até a resolução de problemas complexos. Essas habilidades são o resultado de milênios de adaptação e sobrevivência.

À medida que avançamos no século XXI, testemunhamos uma explosão de inovações tecnológicas que redefinem as possibilidades humanas.

Da inteligência artificial à biotecnologia, novas ferramentas e técnicas estão ampliando nosso potencial de maneiras antes inimagináveis. A computação em nuvem nos permite processar dados massivos em tempo real, enquanto a edição genética nos possibilita modificar o próprio código da vida.

Exemplos específicos desses avanços das habilidades humanas na era da genética incluem a neurociência, que está revelando insights sobre o funcionamento do cérebro humano e como isso influencia nossas habilidades cognitivas.

É na intersecção entre a genética e a tecnologia que surgem algumas das questões mais intrigantes sobre as habilidades humanas.

Em paralelo às transformações das habilidades humanas na era da genética e tecnologia, os seres humanos continuam desenvolvendo habilidades e competências por meio da aprendizagem e da experiência.

Sabemos o quanto o advento da internet e das redes sociais democratizou o acesso ao conhecimento, permitindo que indivíduos de todo o mundo adquiram novas habilidades com facilidade. Em vista disso, a educação e o treinamento continuado se tornam ainda mais importantes em um mundo em constante evolução tecnológica, visando às habilidades do século XXI, como pensamento crítico, resolução de problemas e colaboração.

As descobertas recentes na área da genética têm lançado luz sobre a influência dos genes no desenvolvimento das habilidades humanas. Pesquisas mostram que certos traços e predisposições genéticas podem influenciar a rapidez com que aprendemos e nos adaptamos a novas habilidades.

Portanto, a interação entre genética e ambiente desempenha um importante papel no desenvolvimento das capacidades humanas, destacando a complexidade e a diversidade das habilidades que cada indivíduo pode manifestar ao longo da vida.

E nessa interseção levantam-se algumas questões, por exemplo:

Até que ponto nossas predisposições genéticas influenciam nosso potencial de aprendizado e realização? Como as ferramentas digitais podem ser usadas para otimizar nosso desempenho cognitivo e físico?

Essas são questões complexas que exigem uma abordagem multidisciplinar e ética.


E por falar em tecnologia, genética e ética, o que você pensa sobre a seguinte notícia:

“A empresa Neuralink, do bilionário Elon Musk, realizou no domingo (28) o seu primeiro implante de chip em um cérebro humano. O objetivo é fazer com que, no futuro, pessoas com limitações motoras possam controlar dispositivos eletrônicos, como computadores e celulares, apenas com o pensamento.” (Fonte: Veja online, 2024)

Um paciente humano recebeu o primeiro implante de chip cerebral da Neuralink, empresa de Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX, com sucesso. Musk anunciou o feito em uma rede social. Autorizados pela Food and Drug Administration (FDA), em maio de 2023, os estudos com implantes cerebrais em humanos levaram à abertura de inscrições para voluntários quatro meses depois. O dispositivo, chamado de “Telepatia”, permite que os usuários (com tetraplegia ou paralisia dos 4 membros) possam controlar dispositivos eletrônicos com o pensamento.

“Mesmo que o dispositivo de BCI se mostre seguro para uso humano, ainda assim levaria mais de uma década para que a startup obtivesse autorização para uso comercial, de acordo com especialistas.” (Fonte: CNN Brasil, 2024)

As tecnologias têm o potencial de transformar vidas para melhor, mas também destacam a importância de considerações éticas e sociais ao aplicá-las na prática.


Singularidade humana em um mundo de inovações

Aqui, é oportuno levantar mais uma questão: o que nos torna verdadeiramente únicos?

A resposta reside na singularidade inerente a cada ser humano, algo que vai além do alcance da tecnologia e das descobertas genéticas. Reside no Fator UAU de cada pessoa, em seu potencial criativo, colaborativo, cultura ágil, protagonista, de engajamento.

É importante ter em mente que enquanto a tecnologia avança a passos largos e a genética revela cada vez mais sobre a nossa biologia, é essencial lembrar que somos muito mais do que os genes que carregamos ou as máquinas que criamos. Cada pessoa possui uma combinação única de experiências, valores, habilidades e perspectivas que moldam sua identidade e influenciam suas ações.

Por um lado, temos as pesquisas que mostram que as experiências de vida moldam não apenas as habilidades cognitivas, mas também a resiliência, empatia e criatividade. Da mesma forma, fatores ambientais e sociais desempenham um papel fundamental no que diz respeito à saúde e ao bem-estar, moldando a trajetória de vida de cada um de maneiras complexas e multifacetadas.

Enquanto a tecnologia pode nos fornecer ferramentas poderosas para melhorar nosso desempenho e facilitar nossa vida cotidiana, são nossas escolhas, valores e propósitos que guiam o uso dessas ferramentas.

Claro que a inteligência artificial, por exemplo, pode auxiliar em diagnósticos médicos, mas é o conhecimento e a empatia dos profissionais de saúde que realmente fazem a diferença na vida dos pacientes. O Fator UAU aqui é a singularidade humana!

Em um mundo de inovações tecnológicas e descobertas genéticas, portanto, é a singularidade humana que continua a ser o verdadeiro “top of mind”. É isso que nos torna verdadeiramente pioneiros em nosso próprio caminho, moldando o futuro de acordo com nossas próprias aspirações e valores – o nosso FATOR UAU!

Dois filmes superinteressantes que abordam tecnologia e genética:
GATTACA | Estados Unidos, 1997 | Direção de Andrew Niccol | Duração: 1h46min
“Num futuro não tão distante, o DNA vai determinar tudo a respeito de nós. A genética representa a capacidade de melhorar capacidades físicas e mentais de toda pessoa, antes mesmo do nascimento.” À parte o foco no DNA ter ficado datado, como comprova a pesquisa do próprio professor do Insper, este é um ponto de partida interessante para um filme que, 26 anos depois, permanece influente.
A produção conta com Ethan Hawke, Uma Thurman e Jude Law para descrever um futuro em que seres humanos são criados em laboratório, a partir da manipulação de código genético, e pessoas concebidas pela maneira biológica são consideradas frágeis e descartáveis. Até que um humano considerado geneticamente inferior assume a identidade de seu irmão, produzido geneticamente e supostamente superior, com o objetivo de conseguir autorização para viajar ao espaço.
Lançado na mesma época em que o mundo assistia à apresentação da ovelha Dolly, clonada em 1996, o filme parte de pressupostos cada dia mais plausíveis, como a possibilidade de selecionar embriões com menor propensão a desenvolver uma série de doenças hereditárias, além de poder, por exemplo, escolher o gênero do futuro filho de um casal.

Filmes superinteressantes que abordam tecnologia e genética

GATTACA | Estados Unidos, 1997 | Direção de Andrew Niccol | Duração: 1h46min
“Num futuro não tão distante, o DNA vai determinar tudo a respeito de nós. A genética representa a capacidade de melhorar capacidades físicas e mentais de toda pessoa, antes mesmo do nascimento.” À parte o foco no DNA ter ficado datado, como comprova a pesquisa do próprio professor do Insper, este é um ponto de partida interessante para um filme que, 26 anos depois, permanece influente.


A produção conta com Ethan Hawke, Uma Thurman e Jude Law para descrever um futuro em que seres humanos são criados em laboratório, a partir da manipulação de código genético, e pessoas concebidas pela maneira biológica são consideradas frágeis e descartáveis. Até que um humano considerado geneticamente inferior assume a identidade de seu irmão, produzido geneticamente e supostamente superior, com o objetivo de conseguir autorização para viajar ao espaço.
Lançado na mesma época em que o mundo assistia à apresentação da ovelha Dolly, clonada em 1996, o filme parte de pressupostos cada dia mais plausíveis, como a possibilidade de selecionar embriões com menor propensão a desenvolver uma série de doenças hereditárias, além de poder, por exemplo, escolher o gênero do futuro filho de um casal.

SELEÇÃO ARTIFICIAL | EUA, 2021 | Minissérie com 4 episódios | Disponível na Netflix
Em quatro episódios, chamados “Editando a vida”, “Os pioneiros”, “Mudar uma espécie inteira” e “A próxima geração”, a série documental flerta diretamente com a ficção científica, mas com base em fatos reais.


A possibilidade de editar genes de embriões, testando para a existência de doenças pré-existentes, é abordada com detalhes, assim como dramas semelhantes ao de Lorenzo Odone — vítimas de doenças genéticas graves e devastadoras para as quais a ciência ainda não apresenta cura.
Os produtores entrevistaram cientistas de destaque na área e buscaram apresentar as pesquisas disponíveis em detalhes. Também abordam riscos, como o dos biohackers dispostos a fazer experimentos de garagem para além da ética.
E passam ainda por técnicas aplicadas em laboratórios, mas que também desafiam conceitos milenares a respeito da existência humana, como a CRISPR, uma das técnicas mais modernas para a edição genética. O tom é um tanto alarmista, mas os dados e os debates éticos apontados pela produção são dos mais relevantes.

Conclusão

À medida que contemplamos o futuro das habilidades humanas na era da tecnologia e genética, é essencial reconhecer tanto os desafios quanto as oportunidades que se apresentam.

Enquanto nos maravilhamos com o poder da inovação para ampliar nossas capacidades, também devemos permanecer vigilantes em relação às questões éticas e sociais que surgem.

É necessário encontrar um equilíbrio entre a exploração do desconhecido e um profundo respeito pela humanidade e pela diversidade que a define. Assim, podemos verdadeiramente desbloquear todo o potencial das habilidades humanas nesse emocionante novo capítulo da história.

Quando falamos em intersecção, é importante lembrar que dada a complexidade dessas questões, uma abordagem multidisciplinar é essencial. Isso envolve a colaboração entre as diferentes áreas do conhecimento, como geneticistas, neurocientistas, psicólogos, especialistas em tecnologia e muitos outros campos.

É fundamental enfatizar ainda mais as implicações éticas e sociais dos avanços tecnológicos e genéticos, ampliando a discussão sobre como essas mudanças estão impactando não apenas as habilidades individuais, mas também a sociedade como um todo.

Isso pode incluir privacidade, equidade e justiça social, sem deixar de lado que a consideração ética é fundamental para garantir que as pesquisas e aplicações tecnológicas respeitem os direitos e a dignidade dos indivíduos, além de minimizar qualquer potencial dano.

E mais, ao avançarmos para o futuro, devemos abordar essas questões com um compromisso renovado com a integridade, a responsabilidade e o respeito pela diversidade e singularidade humanas. Somente assim podemos aspirar a construir um mundo onde o “FATOR UAU” de cada pessoa seja verdadeiramente celebrado e potencializado, contribuindo para um progresso humano mais inclusivo e sustentável.